Área da Terceira Idade

Envelhecer bem é um processo heterogéneo e diferenciado, na medida em que cada um(a) vive em contextos físicos, sociais e humanos diferentes e é portador(a) de vivências e projetos de vida idiossincráticos. Os especialistas argumentam que a qualidade de vida inclui um alargado espectro de áreas da vida. Os modelos de qualidade de vida vão desde a satisfação com a vida ou bem-estar social a modelos baseados em conceitos de independência, controle, competências sociais e cognitivas e até dimensões menos tangíveis, tais como o sentido de segurança, a dignidade pessoal, as oportunidades de atingir objetivos pessoais, a satisfação com a vida, a alegria, o sentido positivo de si. Os diferentes contextos mencionados, os vários parâmetros de satisfação e um conjunto variável de características sociais (religião, educação, família, cultura, etc.) influenciam, por sua vez, o processo de envelhecimento. Um aspeto relevante é a questão da dependência que pode afetar os idosos, nomeadamente no nível psicológico, social e de capacidade de decisão e controlo da sua vida, constituindo uma voz ativa no seio da comunidade e família; por outras palavras, satisfação (e qualidade) de vida e bem-estar psicológico e físico. Figueira (2010, pp. 7-9).

Esta situação levanta a questão de saber quais são as soluções mais adequadas para lhe dar resposta, sendo necessário equacionar o papel das famílias, da comunidade e dos poderes públicos locais, regionais e nacionais, numa perspetiva de conciliação e de identificação das necessidades intrínsecas de cada idoso. Múltiplos princípios encontram-se em jogo, nomeadamente, a dignidade das pessoas, a subsidiariedade, a proximidade dos serviços à população alvo, a coesão social e local, a solidariedade e a economia. Uma vertente importante do envelhecimento é a evolução da família que, tradicionalmente, tem sido o locus de interajuda intergeracional – de facto, a família é uma célula fundamental, enquanto lugar privilegiado de trocas intergeracionais, onde se encontram, se interajudam e se complementam.

A evolução das estruturas familiares é um dos fatores proeminentes de mudança nas sociedades contemporâneas colocando novos desafios em termos de necessidades sociais e à organização das respostas públicas e privadas com vista à promoção do bem-estar individual e coletivo no processo de envelhecimento.

Em Portugal, como em muitos países do Mediterrâneo, os familiares (mulheres, pais, maridos) formam o grosso dos cuidadores das pessoas idosas com dificuldades nas atividades da vida diária. Analisando a evolução nas últimas décadas da estrutura, composição e dimensão das famílias portuguesas, observa-se o aumento das famílias unipessoais e o surgimento de novas formas familiares e conjugais, o que pode levar a um aumento dos idosos institucionalizados.

O Centro Paroquial de Moreira de Cónegos apresenta como principal preocupação a manutenção de uma boa qualidade de vida aos utentes/clientes e de níveis de satisfações elevados, tanto destes como dos seus familiares. Estas preocupações estão reflectidas ao nível da qualidade das instalações e espaço envolvente, da higiene e da qualidade do serviço prestado proporcionando uma variedade de actividades ocupacionais e de desenvolvimento pessoal aos nossos utentes/clientes, bem como de cuidados médicos e de enfermagem. De salientar que na sua grande maioria os utentes/clientes residem na área e são visitados por familiares, amigos e vizinhos; são realizados eventos que facilitam encontros intergeracionais e com membros da comunidade local. Alguns dos utentes/clientes que agora estão integrados na Resposta de ERPI começaram a ter contacto com a instituição através do Centro de Dia ou do Serviço de SAD.